sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Quando tudo parece fazer sentido.


Olhando meus rascunhos achei esse post e mais alguns, mas esse me chamou muito a atenção. Tinha apenas um título, e eu modifiquei. O título era "Quando tudo parece não fazer sentido."

E eu nem lembro porque as coisas não estavam fazendo sentido, mas porque antes não faziam e agora fazem? Pensando nessas coisas foi que cheguei a algumas conclusões.

Passei um terço da minha da minha vida achando que as coisas em outras famílias eram melhores, que todas as pessoas eram felizes e tive que ser a filha de pais divorciados quando a maioria das crianças tinha pai e mãe casados e se amando. Eu gostava de ir na casa das minhas amigas, quando eu tinha uns 5 anos, por que as coisas eram tão "filme ou novela". Eu não sabia nada da vida.

Em quase dezessete anos de vida, morei em 7 cidades (não contando as mudanças do meu pai), em 11 casas ou mais, estudei em 7 escolas diferentes, conheci mais de mil pessoas e aprendi muito mais sozinha, com a vida, do que na escola ou com as pessoas. Com 10 anos, eu conseguia me virar sozinha, ia pra escola sozinha, escolhia se queria fazer dança ou teatro, cozinhava, arrumava a casa e tinha insônia.

Com 12 anos, eu tive que acordar pra realidade, decidir as coisas por mim, fazer minha mãe me escutar, chorar por ela não querer acordar pra realidade e ver que relacionamentos podem ser pra sempre, sim. Fiz minha mãe fazer o que queria por mais que fosse ruim pra ela. Me arrependi no início, depois aceitei.

Aos 13, eu sabia muito à respeito de "relacionamentos amorosos", adorava minha vida e levei anos pra me arrepender dela. Poderia culpar minha mãe por ter me dado liberdade demais, meu pai por não ter feito minha mãe feliz ou meus avós por não controlar minha mãe e terem deixado ela engravidar com 16 anos ... mas eu nunca fiz isso. Eu me culpei e durante anos levei essa carga comigo, em mim, dentro de mim. E por muito tempo eu chorei por não ser boa o suficiente pra mim mesma.

Até que acordei pra realidade, percebi que Deus foi maravilhoso comigo e eu pude cuidar da minha vida melhor do que ninguém. Pude ver que por muitos momentos, eu estive na beira do barranco, e fui pra longe dele. Não por obrigação, mas por escolha.

Então por que as coisas não faziam sentido? Por que talvez eu não fosse tão madura, por que eu queria fazer um drama básico pra chamar a atenção ou por causa de um momento de tristeza. Mas como sempre digo, a vida não é um drama. E hoje, eu vejo que tudo que vivi, tudo que passei, cada cidade, pessoa, lugar que conheci, fazem parte da minha história e foi o que me fez ser o que sou hoje. Uma pessoa dependente de atenção, sim. Não tão dependente de humanos. Mas, completamente, dependente de Deus.

3 comentários:

Bah disse...

Chorei, sério.

Te amo, Bah

Thais disse...

é verdade, muitas vezes nós reclamamos da vida sem nem saber o porquê, quando paramos pra pensar, vemos que foi a maior besteira. você entende :D xoxo

Júlia Norberto disse...

O melhor post que li até agora. Lindo =)